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Preocupados com a intenção da Prefeitura de apostar no Carnaval de rua, moradores e comerciantes da Vila Madalena protocolam petição online no Ministério Público.

Não precisou nem ir até lá. Quem assistiu pela TV às imagens do último Carnaval em São Paulo viu o “mar” de gente que desfilou nos blocos pela Vila Madalena. Alegria para uns, pânico em outros. Enquanto a população tomou o bairro para aproveitar a folia, os moradores e comerciantes da região se viram privados do direito de ir e vir, tiveram desrespeitada a Lei do Silêncio e foram obrigados a conviver com a sujeira, pixações, depredações e tráfico de drogas durante os desfiles.

Para tentar minimizar e efeito Carnaval no bairro, a SAVIMA – Sociedade Amigos de Vila Madalena entrou com uma petição online no site do Ministério Público. Endereçado ao promotor César Ricardo Martins, o documento relata os problemas sofridos pela população que reside e trabalha no bairro não apenas durante os quatro dias de Carnaval, mas nos vários finais de semana que antecederam a data, já que os desfiles de blocos começaram bem antes do evento. “A Vila Madalena é um bairro residencial, ocupado 70% por moradias, e com uma população de 58 mil pessoas, além de 40 mil que trabalham na região”, explica o presidente da SAVIMA, Cássio Calazans. “Não somos contra o Carnaval, mas queremos que a prefeitura determine áreas que não são tipicamente residenciais para organizar o Carnaval de rua, afinal, a Madalena não é uma arena de eventos”, afirma.

Os moradores sugerem que os desfiles sejam restritos aos quatro dias oficiais de folia e que só tenham permissão para animar a festa os blocos locais, já conhecidos dos moradores. “Dessa forma, se evitaria o mar de gente que tomou conta das ruas por aqui”, acredita Calazans.

Outra reivindicação da SAVIMA é a proibição da circulação de vendedores ambulantes durante o Carnaval. “Esses ambulantes oferecem de tudo para todos, sem se importar com a qualidade dos produtos, se a pessoa é maior ou menor de idade”, explica o presidente. “Nesse último carnaval, me ofereceram um chup chup de abacaxi com etanol, comum em eventos dessa magnitude”, relata.

Até o momento, segundo Calazans, a petição conta com 423 assinaturas. Quem quiser assinar o documento, pode acessar o facebook da entidade e entrar no link da petição.

SAVIMA
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