Com obras assinadas por artistas do calibre de Victor Brecheret e Luigi Brizzolara, o local abriga jazigos da elite paulistana.
Na São Paulo aristocrática dos anos de 1920, família que “tinha nome” precisava ter um jazigo à altura, de preferência nos cemitérios da Consolação ou do Araçá, considerados da elite. No entanto, com a superlotação dos dois locais, houve a necessidade de se criar uma nova área, próxima ao centro, para servir de opção às famílias ricas. Assim foi inaugurado, em 1926, o Cemitério São Paulo.
Encravado entre Pinheiros e Vila Madalena, na Rua Cardeal Arcoverde, o Necrópole São Paulo – seu nome original – é uma enorme área, de 104 mil metros quadrados, que guarda um verdadeiro tesouro artístico a céu aberto, sendo um dos maiores representantes brasileiros da chamada arte tumular.
Uma comissão estabelecida durante a segunda administração do prefeito Jânio Quadros (1986-1988) identificou 180 peças de importância artística no local, elaboradas por escultores europeus – em especial italianos – que imigraram para o País, ou por artistas brasileiros de formação europeia, bastante valorizados por seu conhecimento de técnicas e tendências artísticas então pouco divulgadas por aqui. Entre eles, destacam-se Victor Brecheret, Bruno Giorgi, Luigi Brizzolara, Galileo Emendabili e Nicola Rollo.
Os jazigos luxuosos, mausoléus e monumentos funerários eram encomendados por barões do café, industriais, intelectuais, médicos, juristas e pessoas públicas de renome, em geral representantes das prósperas famílias italianas e sírio-libanesas.
Desde sua fundação, o Cemitério São Paulo contabiliza mais de 140 mil sepultamentos. Dentre as personalidades enterradas lá estão os políticos Pedro de Toledo, Auro de Moura Andrade e Prestes Maia; o jurista Miguel Reale; os escritores Menotti Del Picchia e Paulo Duarte; o cineasta Walter Hugo Khouri; o cartunista Belmonte; além do fazendeiro e político Damásio Pires Pimentel e os empresários José Ermírio de Moraes e Salim Farah Maluf.
O cemitério abriga também o Mausoléu dos Esportistas, onde estão enterrados Arthur Friedenreich, primeira grande estrela do futebol brasileiro.
Cemitério São Paulo
Rua Cardeal Arcoverde, 1.250
Telefone: 3814-0219