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Mil e uma especiarias

A cozinha árabe que conquistou os brasileiros tem inspiração sírio-libanesa e prima pelos pratos artesanais de sabores exóticos.

Na cultura árabe, a comida representa uma importante base para a comunicação e as refeições são o centro dos encontros familiares e círculos sociais. Por isso, um almoço ou jantar típico sírio-libanês não é composto pela tradicional trinca: primeiro e segundo pratos mais a sobremesa. A mesa é repleta com as mais variadas opções de comida, com perfumes e sabores exóticos, que é degustada aos poucos, enquanto se conversa.
“Os pratos, à base de abobrinha, berinjela, trigo, grão de bico, carne de cordeiro e especiarias, são extremamente elaborados”, explica o chef Samir Cauerk Moysés, dono do restaurante Folha de Uva. “A culinária libanesa é muito trabalhosa e detalhada, pois os pratos mais tradicionais, como o charutinho, são feitos artesanalmente”.
Outra característica desse tipo de culinária é que os sabores são muito acentuados, mas a comida não é tão picante, se comparada à asiática, por exemplo. “Nossa pimenta libanesa, na verdade, não é uma pimenta como a vermelha ou a dedo de moça, mas uma mistura de sete especiarias, que conferem sabor mas não picancia aos alimentos”, ensina o chef.
No Folha de Uva, os pratos mais solicitados elaborados por Samir são o Charuto de Folha de Uva, o exclusivo Bacalhau Mourisco, o premiado Fatti de Cordeiro e também a Mussaka, passando pelas pastas, grelhados e doces.
Os doces, aliás, são um diferencial da culinária árabe. À base de mel, massa folhada, nozes, amêndoas, frutas secas e especiarias, são muito elaborados e levam alto teor de açúcar. Mesmo assim, caíram no gosto do brasileiro, que adora os aromas de rosas e flor de laranjeira que deixam os doces ainda mais apetitosos.