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Moradores de Pinheiros sofrem com falta constante de energia

Na Vila Beatriz, Vila Jataí e Pinheiros, é comum a queda de energia.

Na semana passada, vários moradores das ruas Engº Mário Pamponet, Min. Américo Marco Antônio e outras da Vila Beatriz, Vila Jataí e Vila Madalena ficaram sem luz das 17 horas da segunda-feira às cinco da manhã de terça. Trata-se de um problema crônico na região. E por acontecer em uma área residencial, com muitas casas, prédios de apartamentos, escolas e postos de saúde, a interrupção no fornecimento de energia elétrica deixa os moradores e frequentadores inseguros. À noite, sem visibilidade, os sistemas de segurança, telefonia e portões eletrônicos não funcionam, facilitando a ação dos assaltantes.
“Nós vivemos com medo de ser abordados por ladrões nessas ocasiões, principalmente quando chego em casa com meu neto pequeno”, relata Paulo Bellizia. Junto com o vizinho, Miklós Hromada, Bellizia costuma frequentar as reuniões do Conselho de Segurança – Conseg – do bairro, que normalmente contam com representantes da Guarda Civil, CET, Subprefeitura de Pinheiros, polícias Militar e Civil e outros órgãos. “Mas a Eletropaulo não é participante por não ser órgão público”, lembra Hromada. Diante disso, os moradores resolveram organizar um abaixo-assinado para relatar os problemas à Ouvidoria da AES Eletropaulo. “Para causar maior impacto, em meados do ano passado decidimos, em reunião do Conseg, redigir um documento exigindo melhora na qualidade do serviço prestado. Iniciamos a coleta de assinaturas no final do mês de outubro e conseguimos mais de 200 assinaturas de moradores de 15 ruas do Distrito de Pinheiros”, relata ele.
Em março, a Ouvidoria da AES foi contatada e, segundo Miklós Hromada, a empresa enviou uma resposta padrão, relatando as ocorrências atendidas apenas na residência dele, autor do documento. “Eles simplesmente ignoraram os outros endereços que constam dos abaixo-assinados, respondendo apenas para uma instalação/relógio”, conta. “Na sequencia, o documento foi reenviado pelos moradores e a resposta recebida foi no mesmo padrão, como se fossemos atendidos por um programa de computador. Por fim, procuramos a agência reguladora, ARSESP, que nos aconselhou a entrar com uma ação coletiva na justiça ou no Procon. O problema, que se acentuou nos últimos três anos, continua”, afirma o morador.
De acordo com Paulo Bellizia e Miklós Hromada, a demanda na região cresceu nos últimos anos, devido ao aumento no número de estabelecimentos comerciais e edifícios e ao aumento do consumo residencial, com resultados positivos na receita da AES Eletropaulo. Mesmo assim, nenhuma modernização foi feita na rede elétrica para comportar o aumento na demanda. “Moramos aqui há quase 20 anos e a infraestrutura da rede nunca foi modernizada”, afirmam.

A Eletropaulo responde

A AES Eletropaulo informa que, de acordo com levantamento feito pela concessionária, foram registradas cerca de seis ocorrências na região, nos últimos cinco meses, causadas por queda de árvore ou galhos na rede. A distribuidora ressalta que faz acompanhamento frequente do circuito que atende a região para identificar ocorrências e monitorar equipamentos.