pet-pinheiros

O cão “faz tudo”

Você, com certeza, já ouviu falar dos cães-guia, aqueles que acompanham pessoas cegas. Mas além deles existem cachorros treinados para ajudar seus donos com qualquer outro tipo de deficiência ou transtorno nas tarefas do dia a dia. São os cães de assistência. Fofos e prestativos.

Eles podem se tornar verdadeiros executivos ou donos de casa. Carregam sua mala, buscam roupas e objetos, abrem portas, acendem e apagam luzes. Os cães assistentes dão a maior força para os seus donos, ajudando nas tarefas corriqueiras de quem tem variados níveis de deficiência de mobilidade, deficiência auditiva e até mesmo transtornos psicológicos e epilepsia. São bem mais que os ‘olhos’ do dono, como se costuma dizer sobre os já conhecidos cães-guias, que acompanham pessoas com deficiência visual ou cegas. Podem ser seus ‘braços’, ‘pernas’, ‘ouvidos’ e ‘enfermeiros’.
A formação do cão assistente se baseia em um treinamento minucioso, que foca não somente no condicionamento do comportamento do bichinho, mas também no seu potencial de socialização com humanos e outros animais e na relação com o próprio tutor, o qual ele auxiliará. “Tudo deve ser feito de forma gradativa e prazerosa para o cão”, frisa Sergio Moro, psicólogo canino e adestrador que atua em São Paulo.

O especialista afirma que não há uma raça específica indicada para se tornar um cão de assistência – ou seja, qualquer animal pode ser treinado com tal objetivo, desde que o treinamento se inicie logo nos primeiros meses de vida do cachorro. “A partir do trigésimo dia de vida, você já pode começar a trabalhar com este treinamento. Por exemplo, os cães de faro já começam a ser preparados para o trabalho antes mesmo de abrir os olhos. Então, para todo tipo de adestramento, você aproveita o desenvolvimento dos sentidos do cão”, explica. No entanto, raças como Labrador e Golden Retreiver são as mais usadas para esse tipo de trabalho. O treinamento é longo – pode durar dois anos – e o tempo de serviço do cão chega a sete anos.

O rapper Billy Saga, que é cadeirante, pode ser visto nas praças do Alto de Pinheiros em companhia de seu cão de serviço, um Golden Retreiver. Saga faz campanha para que esses animais sejam aceitos em locais públicos, como hoje já acontece com os cães-guia.

Tetraplégica há vários anos, a deputada federal Mara Gabrilli também pensa em contar com os serviços de um cão assistente. Ela mora sozinha, dividindo o tempo entre os apartamentos em Brasília e São Paulo, e é assistida por cuidadoras 24 horas por dia. “Mas se em algum momento uma delas passa mal, o cão assistente poderia me ajudar, por exemplo, apertando um botão de emergência para chamar socorro”, explica ela.

Serviço:
Cão Inclusão – centro de treinamento especializado em cães de assistência
www.caoinclusao.com.br