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Pinheiros em 10 edições

Nosso jornal chega à décima semana de circulação e, para comemorar, apresentamos uma retrospectiva do que foi possível apurar sobre a região nesses dois meses de trabalho.

Pinheiros se mostra para os paulistanos – e para quem vem de outros cantos da cidade, do País ou do mundo – como o bairro de São Paulo para curtir a noite. A região dos barzinhos que fazem ‘ferver’ a Vila Madalena, o lugar para onde todo mundo que está em Sampa vai pular o Carnaval, assistir ao jogo de Copa do Mundo.. agitar, enfim. Parece que essa característica está no DNA de Pinheiros. Então, como não poderia deixar de ser, foi por aí que o Cidade de S.Paulo – que se propõe a ser um veículo de informação, prestação de serviço e entretenimento para quem mora e trabalha na região – começou sua missão de explorar o bairro.

Logo na primeira edição, descobrimos que Pinheiros é bem mais do que um bairro boêmio. É o bairro gourmet de São Paulo. Isso porque a região oferece o maior número de opções gastronômicas por metro quadrado da cidade. Nesse quesito, bate outros bairros com a mesma vocação, como Cerqueira César e Jardim Paulista. Dos 15 mil restaurantes existentes na cidade, 339 estão em Pinheiros, 270 em Cerqueira César e 178 no Jardim Paulista. Em relação aos bares, Pinheiros conta atualmente com 62 estabelecimentos, contra apenas 21 em Cerqueira César.

Toda essa fama que a região adquiriu torna a vida de quem vive e trabalha por aqui – e mais especialmente na Vila Madalena – um misto de paraíso e inferno. Paraíso porque é possível aproveitar todas as facilidades de morar em um lugar com infraestrutura mais do que completa. Inferno porque, em muitas ocasiões, disputar o bairro com milhares de outras pessoas que invadem suas ruas em busca de diversão significa não conseguir chegar com o carro na porta de casa, ficar sem dormir por causa do barulho e amanhecer com lixo no portão. “Ao contrário do que muita gente acredita, a Vila Madalena é um bairro residencial, ocupado 70% por moradias, e com uma população de 58 mil pessoas, além de 40 mil que trabalham na região”, explica o presidente da Sociedade Amigos de Vila Madalena – SAVIMA, Cássio Calazans. “Não somos contra o agito do bairro. Isso faz parte da Vila. Mas é preciso haver regras e fiscalização mais rígidas para evitar tumultos como os que aconteceram nos últimos carnavais”, afirma ele.

No Alto de Pinheiros, o clima é outro. O verde das ruas e a proximidade do Parque Villa Lobos dão a impressão de paz e sossego. Mas o bairro sofre com a falta de segurança. Recentemente, militantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff fizeram manifestações nas ruas próximas à casa do presidente interino Michel Temer, que mora por lá. Em pelo menos duas ocasiões, ficou difícil para os moradores entrar ou sair de suas residências, muitas delas pichadas pelos manifestantes. Para melhorar a segurança, a SAAP – Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros está propondo a instalação de câmaras de monitoramento pelo bairro. A ideia é instalar 12 aparelhos em pontos estratégicos, capazes de ler placas de carros e rostos de pessoas. Pontos positivos e problemas à parte, a cada edição do jornal descobrimos novas facetas das ruas de Pinheiros. Apuramos que a Teodoro Sampaio, por exemplo, não é apenas a rua dos móveis e da decoração. É também a rua da moda, concentrando inúmeras butiques, e dos aficionados por instrumentos musicais, que frequentam os quarteirões iniciais da Teodoro em busca da guitarra dos seus sonhos. A Teodoro Sampaio ainda esconde parte da história da cidade. Pertinho da Praça Benedito Calixto, fechada por um pórtico onde se lê a data de 1928, está a Vila Cândida, um conjunto de sobradinhos geminados, pintados um de cada cor, que testemunha o início da industrialização da cidade. Já a Cardeal Arcoverde não é só a rua do cemitério. É também o local que concentra várias lojas de restauração de móveis.

Reportamos, ainda, que Pinheiros passa por importantes transformações por conta da Operação Urbana Faria Lima. Quem conheceu o Largo da Batata anos atrás e passa por lá agora, vê a diferença. Diferença que, depois de mais de uma década, ainda precisa ser melhorada com a conclusão das obras de reconversão, prevista para daqui a 24 meses.

Tempo demais, não é? Mas nós, do Cidade, esperamos continuar por aqui, para reportar a cada um de vocês as delícias, as mazelas e as novas caras de cada pedacinho de Pinheiros.