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Rede da inclusão

Cartilha elaborada a partir de trabalho científico, com base na neurociência, propõe um novo olhar no processo de aprendizado de alunos com deficiência e transtornos mentais.

À frente do Instituto Glia Consultoria em Neurociências, criado em 2006 na cidade de Ribeirão Preto (SP), o neurologista Marco Antônio Arruda decidiu lançar no ano passado, para pais e professores, um instrumento de orientação educacional que batizou de Cartilha da Inclusão Escolar.
Trata-se de uma série de recomendações, gerais e específicas, para a educação de crianças com deficiências (intelectual, auditiva, visual e motora), transtornos mentais (Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e transtornos específicos de aprendizagem (Dislexia, Disgrafia e Discalculia), além daquelas superdotadas.

A cartilha obteve a chancela de 18 renomadas associações da área científica e de grupos de pesquisa que representam e agregam profissionais dedicados ao desenvolvimento infantil. “É um fato inédito nessa área e que dá ao documento o status de um consenso de especialistas”, afirma Arruda.
A difusão desse trabalho está sendo feita gratuitamente pela Comunidade Aprender Criança, uma organização acadêmica virtual que tem como missão desenvolver a interface entre as Neurociências e a Educação no Brasil.
Do universo estimado de seis milhões de crianças e adolescentes brasileiros com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), apenas 712 mil encontram-se matriculados em escolas regulares e escolas especiais, 80% deles no sistema público. Por outro lado, dos 2,3 milhões de professores brasileiros, apenas 55 mil se dedicam à Educação Especial (2,4%). Destes, 77,8% têm formação específica na área e 47% estão em escolas regulares (53% em escolas especiais).

Dentro deste contexto, a Cartilha da Inclusão Escolar surge como elemento motivador de escolas, famílias e comunidades, orientando-as e estimulando-as, com base científica, a participarem e crescerem no processo inclusivo. Ao todo, são elencadas 121 recomendações, sendo 23 gerais e 98 envolvendo situações específicas de deficiências e transtornos, entre outros casos. Além disso, o leitor encontra um espaço com os princípios e práticas da Neurociência da Educação, uma nova área do conhecimento cujo objeto de estudo é a arte cientificamente fundamentada de ensinar.

“A ideia é tornar o processo de inclusão mais abrangente, formando cidadãos sem distinção de raça, credo, gênero, deficiência, dificuldade ou particularidade”, explica o neurologista. “A inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais não se restringe aos esforços da escola. Ela passa também pela construção de redes de colaboração com a família e a sociedade fortalecendo o combate à intolerância e às barreiras atitudinais, bem como a compreensão da diversidade no desenvolvimento infantil”, sustenta Arruda

Serviço:
A versão integral da Cartilha da Inclusão escolar pode ser baixada em PDF diretamente do site da comunidade virtual Aprender Criança (www.aprendercrianca.com.br). Neste mesmo site há um link com informações sobre o Instituto Glia.

Matéria em parceria com a AME-SP (www.ame-sp.org.br)