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Só olhar para os dois lados não basta

Os problemas de sinalização nos principais cruzamentos de Pinheiros são tantos que nem adianta seguir o conselho que nossas mães e avós nos davam quando éramos crianças e íamos atravessar a rua sozinhos.

Usar a faixa de segurança e esperar o farol verde de pedestre para atravessar no cruzamento das avenidas Rebouças e Faria Lima não significa que você fará uma travessia segura. Nesta, que é uma das esquinas mais movimentadas de Pinheiros, na maioria das vezes é preciso contar com a sorte para não levar um susto com a moto ou o ônibus que invadem a faixa. Também é preciso andar apertando bem o passo – ou melhor, correr mesmo – para não ficar no meio da rua quando o farol abrir, o que acontece, digamos, em um piscar de olhos… Se para o pedestre comum esse já é um momento de tensão, para uma pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, para a mulherada que não dispensa o salto alto, e para mamães com carrinhos de bebê esse exercício diário transforma-se em uma aventura perigosa.

O mesmo acontece no Largo da Batata. Quem passa por lá tem a facilidade de contar com a estação do metrô Faria Lima na porta e não precisa mais ‘driblar’ os bolsões de parada de ônibus, que com as obras de reconversão foram transferidos de local. As faixas de pedestres estão bem pintadas, mas, como a via ali é muito larga, atravessar no tempo do semáforo também é um desafio. E se não bastasse tudo isso, São Pedro – mesmo sem querer, é claro – tem dado uma ajudinha para complicar o trânsito não só em Pinheiros como na cidade inteira. Como todo mundo já percebeu, e não para de reclamar disso, com as chuvas abundantes dos últimos meses os faróis teimam em ‘pifar’ cada vez mais e ficar no amarelo piscante, atrapalhando a vida de pedestres e motoristas.

Responsável pela operação do trânsito na cidade – ou seja, pelas ações coordenadas que propiciam a mobilidade de pessoas e bens com segurança e fluidez – a Companhia de Engenharia de Tráfego – CET explica que os tempos nos cruzamentos com semáforos (travessia de pedestres/fluxo veicular) levam em consideração aspectos como adensamento de pedestres na região, alta ou baixa densidade de veículos circulantes nas vias principais e adjacentes, presença de estabelecimentos (comércio/ensino/saúde), bem como outros elementos que geram impactos no trânsito. A partir dos resultados auferidos em monitoramentos, então, define-se a programação dos equipamentos, sempre, de acordo com o órgão, valorizando a segurança de todos os agentes envolvidos na malha viária.

“O problema é que esse cálculo parece não levar em conta o tempo suficiente para que uma pessoa com dificuldade de locomoção atravesse com tranquilidade”, diz o jornalista Eduardo Trombetti, que costuma caminhar pela região. “É comum ver vários pedestres encurralados no meio do cruzamento porque o farol abriu antes dele conseguir chegar ao outro lado da rua”. Segundo a CET, os tempos de verde e vermelho piscantes dos semáforos destinado à travessia de pedestres na cidade estão sendo alterados de forma gradativa, dentro do Programa de Proteção à Vida (PPV). De acordo com o órgão, os semáforos da região de Pinheiros estão sendo modernizados através do Programa de Revitalização Semafórica realizado pela Secretaria Municipal de Transportes com apoio da Prefeitura. Quem tem dificuldades para cumprir a travessia no tempo do semáforo em um determinado cruzamento pode entrar em contato com a CET pelo telefone 1188 e pedir uma análise no local. O mesmo telefone pode ser usado para passar informações sobre semáforos apagados e outros problemas frequentes de trânsito.

Em relação ao grande número de semáforos com problemas na cidade, a CET esclarece que desde 2013 está em operação a Central de Manutenção Semafórica de controle dos dados. Ela possibilita que semáforos apagados, em amarelo intermitente ou estacionados sejam detectados de forma automática, sem a necessidade de aviso pela população, agentes de trânsito ou órgãos de imprensa. Assim, de acordo com o órgão, a manutenção é agilizada, podendo, inclusive, algumas falhas serem reparadas remotamente.

Serviço:

Mais informações podem ser obtidas no site da CET – www.cetsp.com.br